quarta-feira, 4 de julho de 2012

um óvulo foi arrancado de meu útero


Fêmea minha,
aqui observado meus dedos nos teus,
minhas caras nas tuas caras ( ela se foi)

Acordo do sono, do sonho,
da ilusão de cair mais uma vez na esparrela

( E o trem que volta de Paris 
traz em seu bojo um menino,
um homem, uma mulher, um Deus.
um arruaceiro, o futuro )

E eu vou para o futuro presente.
não posso negar, com uma ferida,
um óvulo foi arrancado de meu útero,
perdi meu amor

E me perdi um pouco.
sofro uma morte.
um algo dolorido

   (edu planchêz)



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