sábado, 7 de julho de 2012

LUZES DE MEU FILHO

Vitória, meu movimento é,
às luzes do sal, às luzes das barcas,
às luzes de meu filho que dorme
entre eu e sua mãe

O tráfego das coisas do sono 
se sobrepõe ao a termo 
"permanecer desperto",
não posso negar que desejo
sempre prolongar ao extremo 
o dia e a noite

O Pontal do Recreio dos Bandeirantes 
nos espera,
a manhã do reencontro marinho
batiza a pele das solas dos meus pés,
o mundo do meu eu pequeno

 ( edu planchêz )

sexta-feira, 6 de julho de 2012

quero a cidade cheia de tetas

quero a cidade cheia de tetas, 
quero a cidade, 
quero a cidade cheia de tetas, 
quero a cidade, 
quero a cidade cheia de tetas, 
quero a cidade 
     (edu planchêz)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

um óvulo foi arrancado de meu útero


Fêmea minha,
aqui observado meus dedos nos teus,
minhas caras nas tuas caras ( ela se foi)

Acordo do sono, do sonho,
da ilusão de cair mais uma vez na esparrela

( E o trem que volta de Paris 
traz em seu bojo um menino,
um homem, uma mulher, um Deus.
um arruaceiro, o futuro )

E eu vou para o futuro presente.
não posso negar, com uma ferida,
um óvulo foi arrancado de meu útero,
perdi meu amor

E me perdi um pouco.
sofro uma morte.
um algo dolorido

   (edu planchêz)



domingo, 1 de julho de 2012

CATA A BARCA

Cata a barca e segue céu acima,
pregando nas pontas de cada estrela de gelo um oceno,
um asterisco sabor maçã

Sobrou pra mim, sobrou pro sol,
sobrou o que não tinha sobrar

A vista despenca no fundo do copo de ar
O dedo maior da mão direita 

é o  dedo maior da mão direita

Sairemos caminhando pelos aguapés do  Solimões
até os caniços do Madeira Mamoré,
até tampa verde que fica no fundo do Rio Negro

Semeia a justa causa entre os jequibás
galopando nas calhas 

que a fumaça do perfume traça

Só um homem do meu tamanho cabe no centro 

da corrente  que começa no lado leste 
do parafuso que irriga a planície 
de porto feliz

  ( edu planchêz)